quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Elza Soares - A Carne

Depois da polêmica sobre a foto das mulatas de costas com biquíni sendo expostas mercadoria.
Sendo ofertadas por uma mulher igualmente negra ao grande público, apenas uma canção ecoou...


A carne mais barata do mercado é a carne negra 5x
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo de plástico
Que vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos
A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x)
Que fez e faz história
Segurando esse país no braço
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador é lento
Mas muito bem intencionado
E esse país
Vai deixando todo mundo preto
E o cabelo esticado
Mas mesmo assim
Ainda guardo o direito
De algum antepassado da cor
Brigar sutilmente por respeito
Brigar bravamente por respeito
Brigar por justiça e por respeito
De algum antepassado da cor
Brigar, brigar, brigar
A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

NEGRA LI E NANDO REIS



Está com todo som, na boca nas palavras.
Está em outro tom, nas sílabas caladas.
A minha linda voz.

Está como eu estou nas roupas, nas sandálias.
Está aonde eu vou na rua, nas calçadas
A minha linda voz

Sou negra livre
Negra livre
Cheguei aqui a pé.

Para destoar
Para dissolver
Para despertar
Pra dizer

Está na cara, a cor, na sombra das imagens.
Em tudo o que supor, nos contos, nas miragens
A minha linda voz

Está em toda dor, na gota de uma lágrima.
Da em qualquer sabor na beira da estrada
A minha linda voz.

Sou negra livre
Negra livre
Cheguei aqui a pé.

Para desnudar
Para derreter
Para descolar
Pra viver

Para deslizar
Para devolver
Para desbocar
Pra doer

Para desamar
Para adormecer
Para desfilar
Pra vencer!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Racionais MC’s Segunda Capa Rolling Stone


por REDAÇÃO Rolling Stone Brasil 12 de Nov. de 2013 às 07:52

Racionais MC’s estão na capa da edição de aniversário da Rolling Stone Brasil


Sem lançar disco há 11 anos, com opiniões contraditórias e quebrando as regras do jogo, o quarteto permanece como a única voz da música a mobilizar um exército de brasileiros 

O olhar de Pedro Paulo Soares Pereira está fixado no horizonte do Capão Redondo, periferia sul de São Paulo. Apesar de ser primavera, o céu cinza-chumbo dá o tom àquela tarde fria de outubro. Sentado em uma cadeira plástica, com um caderno surrado apoiado na perna e contra o qual desliza o lápis mal apontado, ele está na varanda da Casa Azul, o porto seguro dele na Favela da Godoy. Ali, uma rede de proteção – invisível para quem não é da área –, formada por moradores e amigos, faz a triagem de quem, quando e como pode ter acesso a Pedro Paulo, chamado pela maioria de Brown e, pelas crianças, de “tio Brau”. Mano Brown e o grupo de rap do qual ele faz parte, o Racionais MC’s, estão na capa edição de aniversário da Rolling Stone Brasil, que chega às bancas na próxima quinta, 14. Avessos a entrevistas, os quatro integrantes – ao lado de Brown, Ice Blue, KL Jay e Edi Rock – falaram com exclusividade ao repórter especial André Caramante, relembrando o duro início de carreira e falando sobre diversas polêmicas (ou críticas) que envolvem o nome do grupo.
Uma delas foi um show duas semanas depois do encontro acima, em uma casa noturna “de playboys”, a Royal – com Kleber Geraldo Lelis Simões, 44, Paulo Eduardo Salvador, 43, e Adivaldo Pereira Alves, 43, respectivamente DJ KL Jay, Ice Blue e Edi Rock –, cantando músicas que protestam contra tudo o que se via ali. Eles, “os quatro pretos mais perigosos do Brasil”, como sempre se autodenominam.
A justificativa veio no curto discurso antes de “1 por Amor 2 por Dinheiro”. “Vamos aos fatos. O que leva um homem a estar na rua domingo à noite? Você devia estar descansando, cara. Só há um motivo que me traz para a rua e um deles é esse aqui, ó”, declarou Brown, antes de KL Jay soltar o ruído de uma caixa registradora. Quando questionado mais tarde sobre o show, Brown foi sucinto: “Ele [Marcus Buaiz, dono da boate] não pagou pau pra mim e eu não paguei pau pra ele. Estávamos ali para fazer negócio”.
O fato é que o camisa 10 do Racionais MC’s defende hoje o trabalho do quarteto como um “produto” – para quase qualquer plateia, em quase qualquer lugar. E eles lidam com os riscos disso. “Tem de ter cuidado para não chapar. A Billie Holiday chapou. Fazia show com os brancos a venerando e sabia dos pretos enforcados por aquela plateia que a aplaudia”, divaga KL Jay, para quem o discurso ideológico continua ali, apesar da eficácia duvidosa junto àquele público. “Acho que os convencemos de que estamos certos, mas eles não assumem que estão errados [risos].”
O “show Robin Hood” (“quem tem mais paga um pouco mais para nos ver cantar; que tem menos paga menos ou nada”, diz Brown) passou longe de ter sido um momento tenso na carreira do grupo. Em 25 anos, eles pegaram em armas por ideologia, disseram não a uma indústria pré-estabelecida e deram um nó no modelo de sucesso. Há duas décadas, já haviam despertado discussões por terem angariado fãs bem-nascidos com Raio X Brasil (1993), que trazia “Fim de Semana no Parque” e “Homem na Estrada”. Parecem, portanto, suportar tranquilamente uma nova geração de admiradores abastados, um Lobão vociferante ou críticas por Edi Rock ter ido à Globo divulgar o trabalho solo dele.
“O rap fez mudar muita coisa – ensinou o cara a não ter vergonha de onde mora, do cabelo, da cor, a poder falar da sua quebrada”, avalia, a certa altura, Blue. “Hoje, você vê qualquer moleque falando que mora na favela de peito aberto, mesmo que não more.” E também disse ao negro que é preciso estudar e se cuidar, completa KL Jay. “Racionais é utilidade pública”, diz o DJ, o mais passional e radical da família.
Durante a entrevista, Brown também revela ter cometido pequenos furtos na juventude. “Não tem por que mentir agora. Era uma época em que você roubava ou passava fome. Não era para ostentar. Todos os meus amigos, da mesma geração, começaram a roubar ao mesmo tempo.”
“Posso dizer que o rap me salvou. E o casamento foi minha segunda salvação. Me casei com 18 anos, em um momento em que eu estava com um pé no crime e outro fora. Minha mulher me deu um rumo”, Brown diz sobre Eliane Dias, hoje na linha de frente dos negócios do grupo, com a produtora Boogie Naipe.
Outro assunto que não ficou de fora foi o aguardado novo disco do grupo. Quando dizemos que os fãs estão ansiosos e parecem não se contentar mais com as músicas “soltas” lançadas nos últimos anos (“Cores e Valores”, “Mente do Vilão”, “Mulher Elétrica”, “Dance, Dance”, “Mil Faces de um Homem Leal (Marighella)”, “Gangsta Boogie” e “Homem Invisível”), Brown afirma que ainda não há data para um álbum completo, mas que preparam um EP para ser lançado “em breve”.
“Pode ter até seis faixas inéditas e será para comemorar os 25 anos. Será para download. É para criar um fluxo no nosso canal e um grande tumulto na internet”, diz Blue, o mais negociador do grupo e aquele que diz “não” para quem propõe negócios vistos como pouco rentáveis aos quatro. “Ficamos 20 anos resistindo a não ser uma banda grande, correndo. Éramos a banda do ‘não tem’: não tem site, assessoria, porra nenhuma. Agora tem. Saímos dos problemas. Nós somos chatos pra caralho.”
A expressão “em breve” parece vaga, e de fato é. Na edição de dezembro de 2009 da Rolling Stone Brasil, Brown afirmou que um novo disco do quarteto seria lançado até a Copa de 2010 (leia a entrevista completa aqui). Mas Edi Rock, o Cocão (ou Coquinho, como é chamado pelos amigos) é mais preciso – ou menos impreciso. “Vamos entrar em estúdio em 2014. O disco levará de seis meses a um ano para ficar pronto.”

Fonte: http: Revista Rolling Stone Brasil (Trecho - Texto do Site)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Diário Preto episódio 11 - Seu Cabelo


Identidade das meninas negras pode ser comprometida desde a primeira infância, mas o que alimenta a não aceitação a baixa da autoestima das mulheres é à base da indústria da beleza, do cinema, mídias e meios, porém isto ocorre em todo o mundo de forma homogenia. Por meio dos desenhos, brinquedos, filmes, séries, bandas e movimentos socioculturais. O processo de enegrecimento, que nada mais é do que a conscientização das etnias e a valorização das culturas afro veem numa crescente desde os anos 70' e 80' no brasil. Muito provavelmente por influência dos movimentos Black nos EUA. No Brasil a cultura afro sobrevive em nichos do Rap, Samba, Pagode e Break. As músicas e ritmos cheios de suingue permanecem e resistem ao tempo, mesmo que de maneira segmentada. Já a imagem das negras sofrem constante interferência das modas e das mídias de massa. Quando algumas se recusavam a ter o cabelo crespo e me recordo dessas brincadeiras onde algumas das minhas amiguinhas usavam lenços e toalhas para se sentir femininas e balançavam o falso cabelo como sendo o seu, negando os cachos e o volume. Agora com tantas tecnologias e químicas o sofrimento mudou de nome da Soda e do Henê e dos alisamentos frios, depois de anos a fio sobre o pente quente; Agora as progressivas ameaçam a saúde com Formol que mesmo proibido pela ANVISA segue em uso. E a indústria lucrativa da dita beleza, segue com novos nomes e métodos a cada estação enriquecendo cada vez mais o sistema. 
Tirando a vida e o volume dos cabelos e deixando cada dia mais e mais mulheres com fios esticados e volume reduzido, mirrando as madeixas num progressivo embranquecimento da mulher negra. Empobrecendo a diversidade étnica e cultural na qual o Brasil nasceu.


Miscigenação é a imagem mais empírica de nosso povo. Padronizar a beleza apenas com a grega apolínea não nos permite ter o mesmo nível de valorização entre a beleza negra e a não negra. Enquanto o que realmente deveria preocupar é a beleza natural e impar de cada povo e ou etnia. Valorização da mulher brasileira seria por consequência valorizar as negras em seus muitos estilos e tons.

domingo, 3 de novembro de 2013

Mensagem da água - Masaru Emoto


O poder da palavra escrita, falada e cantada podem dar vida.

Basicamente, podemos dizer que as moléculas de água são sensíveis ao som, aos nossos pensamentos, palavras, ao trato e à energia que transmitimos a elas. As experiências consistiram em submeter alguns recipientes com água a várias situações: em algumas delas, a água ficou ao som de diferentes músicas; em outras, simplesmente foram coladas nos vidros palavras que remetiam a coisas boas ou ruins; em outros casos, pessoas diziam coisas como “obrigado” e “seu idiota” ao recipiente de água, e assim por diante. Depois da exposição, a água foi congelada e fotografada.
Surpreendente é o resultado! Quando o sentimento envolvido é ruim, a energia é negativa e a palavra é de ofensa, a água não forma cristais, mas fica “abalada”, “quebrada”, disforme. Mas quando se trata de palavras de carinho, sentimentos bons e boas energias, a água forma lindíssimos cristais, com um formato diferente para cada situação.
Diante disso, só tenho a dizer que a água tem uma mensagem importante pra nós. Se nosso organismo é feito de 70% de água, será provável que estejamos imunes a esses efeitos? Se vivemos em um “planeta água”, será que nossa energia não é propagada? De qualquer maneira, eu escolho pensar e emanar coisas boas. Afinal, “gentileza gera gentileza!“...

Versículos bíblicos sobre águas vivas:
Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! 
Salmos 42:1
És a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano!
Cânticos 4:15
A minha raiz se estendia junto às águas, e o orvalho permanecia sobre os meus ramos; 
Jó 29:19
Águas profundas são as palavras da boca do homem, e ribeiro transbordante é a fonte da sabedoria. 
Provérbios 18:4
Eis que ele retém as águas, e elas secam; e solta-as, e elas transtornam a terra.
Jó 12:15

Fonte: Bíblia Online 
http://www.gentedeconteudo.com.br/web/2011/04/fisica-quantica-e-a-mensagem-dos-cristais-de-agua/